quinta-feira, 12 de novembro de 2009

UM MERO MERO!

"RESERVA VOLUNTÁRIA DO CANEIRO GERIDA POR POPULARES
Enquanto no resto do arquipélago, mergulhadores e pescadores concorrem pelo espaço marítimo, no Corvo há um exemplo de cooperação entre os dois interessados.
Quando em 1998, a Nauticorvo foi criada, os operadores da empresa encontraram dois meros, enquanto exploravam a zona. Na altura, ficaram na dúvida sobre se deveriam ou não divulgar a descoberta. Optaram por passar vídeos sobre os peixes descobertos nos cafés da ilha.
Em pouco tempo conseguiram sensibilizar os pescadores corvinos para a necessidade de criar uma reserva marinha no local. E em 1999, a área foi declarada pelos habitantes da ilha como Reserva Voluntária do Caneiro dos Meros.
Na altura, existiam apenas cinco ou seis embarcações no Corvo, motivo que facilitou a conversação, segundo Fernando Cardoso, da Nauticorvo. Deixou de existir actividade extractiva no local e hoje é um dos pontos de interesse para o turismo de mergulho da Região.
Por ano, fazem-se apenas cerca de 30 mergulhos na zona. No entanto, pescadores de fora da ilha, continuam a tentar capturar na zona. Hoje, é a própria população que fiscaliza a zona. Uma acção facilitada por se encontrar a apenas 300 metros da costa.
Segundo Fernando Cardoso, a reserva traz mais vantagens do que a caça. “O mero se for vendido é vendido a cinco euros por quilo, por exemplo. Um mero de 20 kg pode valer 100 euros. Enquanto que se ele se mantiver vivo e for uma fonte de atracção para os turistas, é a empresa de turismo que está a ganhar, é a SATA que está a ganhar, porque faz viagens, são os restaurantes da ilha, são os hotéis da ilha, toda a gente ganha com isso. Tem um valor potencial enormíssimo”, defende.
O operador de mergulho acredita mesmo que a criação de reservas pode beneficiar os próprios pescadores. “Está mais ou menos provado que se for criada uma determinada reserva e se essa reserva for mantida durante vários anos, acontece que a população dos peixes cresce e os peixes começam a fugir da reserva para fora, ou seja ajuda a povoar ou repovoar outros locais. A médio prazo o rendimento dos pescadores pode ser maior”, salienta.
A solução para aplicar este exemplo a outras ilhas, de acordo com Fernando Cardoso, passa pela sensibilização. “Tem de se sensibilizar os pescadores e eles têm de entender as vantagens de uma coisa destas. Mesmo que eles não encontrem vantagens em aderir, têm de ver pelo menos que não inconvenientes”.

retirado do Diário insular

NÃO seria importante discutir abertamente o Futuro de toda a Baia do Cintrão??? Da sua importância, da requalificação do Porto da Ribeirinha, que tipo de projecto deve ser efectuado naquele local etc... etc... ?!?! Criar um plano de gestão dos nossos recursos "Túristicos" de forma a que não se esgotem, seria a imagem perfeita de um Povo que sabe viver integrado na Natureza.

3 comentários:

  1. Excelente exemplo de uma boa prática ambiental no Corvo! aliás é o unico local do pais onde existe uma verdadeira democracia, ali o povo é quem mais ordena

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  2. No Corvo existe uma monarquia.

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